Quando li este livro pela primeira vez tentei que o desfecho da minha vida terminasse como o de Joana.. senti cada palavra que lia e a dor era tão grande que julguei não a consegui superar.
Sobrevivi, a essas e a outras crises e tentativas de desligamento. Achava que ninguém me amava, que só dava desgostos aos meus pais, que era feia... tudo o que de negro pode passar na mente de uma adolescente. Fui rebelde, fui cruel, mas fui resgatada.
Os amigos da altura ainda hoje moram no meu coração - o Emanuel, o Miraldo, o Cocas, o Valeu e o Nuno foram os amigos que qualquer miúda devia ter.... acabei por me afastar porque o meu caminho tomou um rumo negro que felizmente o deles não teve. Hoje recordo com muita saudade e carinho as conversas á luz do poste, nos degraus das escadas...
Todos os adolescentes deveriam ler este livro (sei que é obra recomendada para os alunos do 8º ano), mas sobretudo os pais deveriam ler, sobretudo uma leitura em família, um debate aberto com os filhos de forma a demonstrar o seu amor, a sua preocupação e deixar o canal de comunicação pai - filho aberto, sem constrangimentos. Não pense que o seu filho sabe que gosta dele, mostre, diga-lhe. Mostre a importância que ele tem para si.